Associação Brasileira de Patologia do Trato Genital Inferior e Colposcopia
Associação Brasileira de Patologia do Trato Genital Inferior e Colposcopia

Contribuição para o estudo das relações entre imagens colposcópicas e atividade sexual em jovens com idade até 18 anos

PAÁL, MAF. Contribuição para o estudo das relações entre imagens colposcópicas e atividade sexual em jovens com idade até 18 anos. São Paulo, 1974. Tese (doutorado)– Escola Paulista de Medicina, Universidade Federal de São Paulo.

Resumo e conclusões

Estudamos, em 498 jovens recrutados no Centro de Observação Feminina (COF) e no Centro de Recepção e Triagem (CRT), com idade mínima de 11 anos e máxima de 18, o comportamento das freqüências de imagens colposcópicas, as quais foram relacionadas com os seguintes parâmetros: promiscuidade sexual, idade da primeira relação sexual e ritmo sexual. Da elaboração estatística dos dados obtidos em nossa casuística e com nossa metodologia, cremos poder concluir como segue:

E.1 – Conclusões de natureza quantitativa

Percentualmente, a freqüência de jovens acima dos 12 anos (99,59%) foi significantemente maior do que aquela de jovens com menos de 12 anos de idade (0,41%). Percentualmente, a freqüência de jovens promíscuas (51, 61%) não diferiu daquela das não promíscuas (48, 38%) nas jovens acima dos 12 anos de idade.Percentualmente, a freqüência das jovens que iniciaram a atividade sexual antes dos 12 anos (17,54%) foi menor do que a das que iniciaram após 12 anos de idade (82,46%).Percentualmente, o número de jovens de idade acima dos 12 anos que mantinham o ritmo de até três relações sexuais por semana (49,57%), não diferiu do número de jovens que mantinham o ritmo de mais de três relações sexuais por semana (50,42%).Percentualmente, a freqüência das imagens colposcópicas encontradas nas jovens acima de 12 anos, diferiram significantemente entre si, do seguinte modo: classe II de Rieper (58,26%), classe III de Rieper (27,21%) e finalmente classe I de Rieper (14, 51%).Percentualmente, a freqüência das imagens displásicas e não displásicas não diferem entre si.

A freqüência percentual do carcinoma “in situ” é significantemente diferente da freqüência das imagens displásicas.
E.2 – Conclusões de natureza qualitativa

Verificamos que a distribuição das imagens colposcópicas classe III de Rieper nas jovens acima dos 12 anos de idade se associa, significantemente, com o fato de serem ou não promíscuas. Isso significa que a probabilidade de as jovens acima dos 12 anos apresentarem imagens colposcópicas classe III de Rieper é significantemente maior quando promíscuas do que quando não promíscuas.

Não há associação estatisticamente significante entre imagens colposcópicos classe III de Rieper e a idade do início da atividade sexual das jovens, que seja antes dos 12 ou após os 12 anos de idade.

Não há associação estatisticamente significante entre a distribuição das imagens colpóscopicas e o ritmo sexual das jovens do grupo etário acima dos 12 anos.

Não há associação estatisticamente significante entre a freqüência das imagens displásicas ou não displásicas no grupo de jovens etário acima dos 12 anos com o fato de as jovens serem promíscuas ou não promíscuas.

No grupo etário acima dos 12 anos de idade a probabilidade de uma jovem apresentar imagem colposcópicas considerada displásica ou não displásica independente do fato de que tenha iniciado a atividade sexual antes ou após os 12 anos.

A probabilidade de uma jovem do grupo etário acima dos 12 anos apresentar imagens colposcópicas consideradas displásicas ou não displásicas não depende de ritmo sexual da jovem ser de até três por semana ou mais de três por semana.

Nas jovens do grupo etário acima dos 12 anos não há associação estatisticamente significante entre imagens colposcópicas displásicas e não displásicas com o fato de as jovens terem tido a primeira relação sexual antes dos 12 ou após os 12 anos, sejam elas promíscuas ou não promíscuas.

Nas jovens do grupo etário acima dos 12 anos não houve associação estatisticamente significante entre imagens colposcópicas displásicas e não displásicas com o ritmo de ser a atividade sexual até três por semana ou acima de três por semana, sejam as jovens promíscuas ou não promíscuas.

A elaboração estatística nos mostrou não associação estatisticamente significante entre a freqüência dos resultados dos diagnósticos histopatológicos, nas jovens do grupo etário acima dos 12 anos, e o fato de serem promíscuas ou não.

A elaboração estatística nos mostrou não haver associação estatisticamente significante entre a freqüência dos resultados dos diagnósticos histopatológicos, nas jovens do grupo etário acima dos 12 anos, e o fato de terem tido a primeira relação sexual antes ou após os 12 anos, sejam promíscuas ou não.

A elaboração estatística nos mostrou não haver associação estatisticamente significante entre a freqüência dos resultados dos diagnósticos histopatológicos, nas jovens do grupo etário acima dos 12 anos, e o fato de manterem ritmo sexual abaixo ou acima de 03 relações por semana, independente de serem ou não promíscuas.

Baseado nas conclusões permitidas pela elaboração estatística dos dados colhidos em nossa casuística, cremos lícita a conclusão inferencial de que as jovens promíscua com mais 12 anos de idade tem maior probabilidade de apresentar imagens copolcópicas classe 3 de Rieper do que as não promíscua por um motivo que não nos foi possível identificar mais que certamente não se relaciona seja com ritmo sexual seja com a idade do inicio da atividade sexual.