Associação Brasileira de Patologia do Trato Genital Inferior e Colposcopia
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Fatores associados às opções reprodutivas

Andrea da Silveira Rossi
Orientadora: Profª. Drª. Eliana Amaral
Co-orientadora: Profª. Drª. Maria Yolanda Makuch
ROSSI, AS. Fatores associados às opções reprodutivas de mulheres vivendo com HIV. Campinas, 2003. Dissertação (mestrado) – Faculdade de Ciências Médicas, Universidade Estadual de Campinas.
Importantes avanços, principalmente em relação ao tratamento, têm possibilitado a diminuição da mortalidade, da morbidade, a redução da taxa de transmissão vertical e melhoria da qualidade e perspectiva de vida das pessoas que vivem com o vírus da imunodeficiência humana. A vontade de ter filhos está surgindo como uma escolha legítima, exigindo preparo das equipes de saúde, o que implica compreender as razões que determinam as diversas opções reprodutivas. O objetivo do estudo foi avaliar os possíveis fatores associados às opções reprodutivas das mulheres vivendo com o vírus da imunodeficiência humana. Foi realizado um estudo de corte transversal com mulheres infectadas por este vírus no Centro de Atenção Integral à Saúde da Mulher, no Hospital das Clínicas e na Unidade de Pesquisa Clínica da Universidade Estadual de Campinas, entre outubro de 2001 e agosto de 2002. Os critérios de inclusão foram: ser sorpositiva, ter idade entre 13 e 45 anos e iniciado atividade sexual. Foram comparados três grupos: grávidas que sabiam do diagnóstico de infecção antes da gestação atual, mulheres que haviam feito laqueadura após o diagnóstico do HIV e usuárias de método anticoncepcional reversível. Os dados foram analisados através do teste exato de Fisher e análise multivariada de correspondência. A análise temática das respostas textuais foi feita para as questões abertas. Entre as 112 mulheres entrevistadas 23% eram gestantes, 18% estavam laqueadas e 59% usavam método anticoncepcional reversível. A menor idade esteve associada a uma opção reprodutiva que incluiu a possibilidade de ter filho, sendo mais freqüente nas gestantes e usuárias de método anticoncepcional reversível. O grupo com menor proporção de gestações, que manifestou mais vontade de ter filhos e que referiu menos orientação sobre a transmissão vertical do vírus, foi o das usuárias de método anticoncepcional reversível. À vontade de ter filhos do parceiro, referida pela mulher, associou-se a estar grávida ou laqueada. A condição clínica, tanto da mulher como de seu parceiro, assim como a condição sorológica do parceiro, a orientação dos profissionais de saúde a respeito da anticoncepção e o uso de preservativo não influenciaram as opções reprodutivas da mulher.