O tratamento de primeira linha para IUE é o treinamento supervisionado dos músculos do assoalho pélvico, e adicionando o uso de terapia hormonal vaginal naquelas com atrofia associada. Opções não hormonais, como as energias de RF e laser, têm potencial quando os estrogênios vaginais são contraindicados ou ineficazes ou recusados. Existem várias pesquisas publicadas, mas poucas com longo tempo de controle.
Um ensaio clínico randomizado na UNICAMP, com 117 mulheres com IUE e climatéricas, mostrou melhora mais significativa no grupo que associou RFFM e fisioterapia pélvica, mas também com resultados importantes isoladamente, com vantagem da melhora de dispareunia e ressecamento no grupo da RF.
Um ensaio clínico randomizado, prospectivo, duplo-cego da UNIFESP de longo prazo, 4 anos, como 139 mulheres com IUE pura ou predominante, randomizadas em 3 grupos, para avaliar os efeitos DURADOUROS do tratamento da IUE com RF fracionada microablativa intravaginal x LS de CO₂ x grupo controle simulado, com três sessões mensais, e acompanhadas a cada 6 meses por 48 meses (sem aplicações de manutenção). Taxas de continência, definidas pelo desfecho composto: ausência de sintomas, teste de esforço negativo e diário miccional de 7 dias negativo.
Embora as taxas de continência tenham diminuído ao longo do tempo, mais de 50% das mulheres na perimenopausa, com IUE leve a moderada, IUE pura ou predominante, permaneceram sem queixas por pelo menos 24 meses após as sessões de aplicação de LS ou RF, sendo que 13% (RF) e 23% (LS) ainda permaneceram continentes após 48 meses, sem complicações graves relatadas.
Os estudos com o uso de energias são promissores, porém devem ser de longo tempo de controle.
Os resultados mostraram que tanto o tratamento com Laser, quanto com a Radiofrequência resultaram em uma duração média de continência urinária de 26,7 meses e 24,58 meses, respectivamente, em comparação com 8,21 meses no grupo simulado.
Os estudos com o uso de energias são promissores, porém devem ser de longo tempo de controle.
Referências
- Slongo H, Lunardi ALB, Riccetto CLZ, Machado HC, Juliato CRT. Microablative radiofrequency versus pelvic floor muscle training for stress urinary incontinence: a randomized controlled trial. Int Urogynecol J. 2022 Jan;33(1):53-64.
- Seki AS, de Mello Bianchi-Ferraro AMH, Bonetti TCS, Fonseca ESM, Sartori MGF, de Jarmy-Di Bella ZIK. How Long Does Urinary Continence Last After Treatment with Intravaginal CO2Laser and Microablative Radiofrequency? A Four-Year Follow-up of a Multi-arm Randomized Clinical Trial (LARF-arm3). Int Urogynecol J. 2025 Feb 13.
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Dra. Márcia Farina Kamilos é responsável pelo Setor de Patologia do Trato Genital Inferior e colposcopia do Hospital Heliópolis. Membro da Diretoria da ABPTGIC Nacional e Diretora Científica do Capítulo de São Paulo da ABPTGIC.