Roberto Netto, A. Avaliação crítica do programa nacional de combate ao câncer do colo uterino do ministério da saúde do Brasil. São Paulo, 2001. Dissertação (mestrado)– Escola Paulista de Medicina, Universidade Federal de São Paulo.
Em 1988, o Ministério da Saúde do Brasil implantou o PROGRAMA NACIONAL DE COMBATE AO CÂNCER DO COLO DO UTERO (PNCC), estabelecendo critérios, condutas diagnosticas e clínicas, além da Citologia de Papanicolaou como método único de rastreamento da neoplasia, e da Cirurgia de Alta Freqüência (CAF), quando possível, para tratamento das lesões intraepiteliais pelo método “Ver e Tratar”. Discordando desta postura, por entender que todas as alterações citológicas deveriam ser submetidas à avaliação colposcópica com biópsia dirigida, quando julgado necessário, e, com o objetivo de comprovar esta assertiva, os autores se propuseram a submeter uma amostra das mulheres participantes do PNCC à tríade citologia – colposcopia – histologia, e comparar seus resultados com os do programa. OBJETVO: Avaliar uma amostra populacional do rastreamento proposto pelo PNCC nos seguintes aspectos: prevalência de resultados citológicos insatisfatórios; prevalência citológica de ASCUS, AGUS e LBG e LAG, comparando seus resultados com resultados anatomopatológicos de biópsias colposcopicamente dirigidas. MÉTODOS: todas as alterações celulares da amostra populacional do Município de Naviraí/MS, foram submetidas à exame colposcópico e biopsia, se necessária. RESULTADOS: A prevalência de alterações tipo ASCUS, AGUS e Lesões Escamosas Intraepiteliais foi de 3,3%, índice próximo do previsto pelo PNCC(4%); o percentual de espécimes insatisfatórios para avaliação foi elevado (12,5%); das pacientes ASCUS, AGUS ou LBG, 27,3% apresentavam LAG ao estudo anatomopatológico; das pacientes com citologia compatível com LAG, 12,5% revelaram LBG ao estudo anatomopatológico; no rastreamento de neoplasias cervicais, a colposcopia mostrou-se procedimento importante e indispensável.