Jussara de Sousa Ribeiro Bettini
Orientador: Edson Garcia Soares
Bettini, JSR. Identificação do DNA do papilomavirus humano em biópsias de colo uterino com neoplasia intraepitelial cervical (NIC) e neoplasia invasiva. São Paulo, 2001. 65p. Dissertação (mestrado)– Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo.
Introdução: A infecção por Papilomavírus Humano (HPV) no trato genital feminino aumentou sua freqüência nas últimas duas décadas, em decorrência da atividade sexual precoce, parceria sexual múltipla, precários hábitos de higiene e medidas de prevenção inadequadas. Um grande estudo multinacional demonstrou que o DNA do HPV está presente em quase 100% dos carcinomas invasivos e outro estudo refere que os carcinomas do colo uterino HPV negativos são extremamente incomuns.
Objetivo: Verificar a presença do Papilomavírus Humano (HPV) em biópsias de colo uterino com diagnóstico citopatológico de neoplasia intraepitelial cervical (NIC) ou neoplasia invasiva.
Material e método: Foram analisadas biópsias de colo uterino de 71 pacientes dos anos de 1997 e 1998. As amostras foram selecionadas de acordo com idade (18 e 60 anos) e vida sexual ativa e divididas em três grupos: Teste (31 amostras com NIC ou neoplasia invasiva, sem diagnóstico de HPV), Controle Positivo (30 amostras com NIC ou neoplasia invasiva e diagnóstico de HPV) e Controle Negativo (10 amostras sem NIC ou neoplasia invasiva e também sem diagnóstico de HPV). Todas as amostras foram submetidas a extração de DNA e Reação em Cadeia de Polimerase (PCR) para detectar o HPV.
Resultados: As análises da PCR concordam com os diagnósticos colposcópicos e citopatológicos, no grupo controle positivo e grupo controle negativo. Entretanto, demonstrou que no grupo teste, 24 amostras são HPV positivas e somente sete são realmente HPV negativas.
Conclusões: Em 77% dos casos estudados, a neoplasia intraepitelial cervical (NIC) e a neoplasia invasiva estão associadas à presença do papilomavírus humano, destacando que os diagnósticos colposcópicos e citopatológicos são eficazes mas não suficientes para a identificação do HPV, pois muitas vezes o DNA viral está presente, mas ainda não provocou alterações celulares. Desta forma, a PCR poderia ser adotada como exame adicional à prevenção da neoplasia do colo uterino.