FILASSI, JR. Identificação, localização e valor prognóstico da beta-2 microglobulina no câncer do colo uterino. São Paulo, 1988. Tese (doutorado)– Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo.
A B2-m foi estudada por técnica de imunoperoxidase, utilizando o método da avidina-biotina, em 40 casas de carcinoma epidermóide invasivo do colo uterino e em 20 casos sem neoplasia cervical. Todas as pacientes com câncer foram diagnosticadas no estádio Ib e foram submetidas à cirurgia de Werthein -Meigs como tratamento exclusivo. A expressão da B2-m em colos isentos de neoplasias evidencia padrão típico e homogêneo, sendo sempre positivo no epitélio pavimentoso, nos linfócitos e nas células do endotélio vascular, no entanto, o padrão do carcinoma do colo é completamente diferente. A intensidade da reação varia bastante, abrangendo desde o negativo até o fortemente positivo, com padrão de coloração, na maioria das células, intracitoplasmático. Das 40 cancerosas, 22 não apresentaram recidivas, após segmentos mínimo de 5 anos, e 18 tiveram recorrência do blastoma. Estes 2 grupos foram denominados de A e B respectivamente. O grupo A teve 4 negativos e o grupo B, 3; diferença não significativa. Entretanto, nos casos positivos, a intensidade da reação, espelhada pela tonalidade da coloração, foi diferente entre estes grupos. Assim, os casos com recidivas apresentam, proporcionalmente, número maior de tumores em expressão fraca da B2-m, ou seja, a concentração tumoral da B2-m foi significativamente diferente entre os grupos A e B. O tipo da expressão não tem relação com o grau de diferenciação histológica. A B2-m pode ser útil como marcador tumoral, com valor prognóstico, quando determinada diretamente no tecido do carcinoma epidermóide do colo uterino.