Associação Brasileira de Patologia do Trato Genital Inferior e Colposcopia
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Veja aqui o que aconteceu no Eurogin 2017 com o resumo da apresentação da Profª A. B. Moscicki. O evento foi realizado em Amsterdã, na Holanda.

Resumo publicado nos anais do EUROGIN 2017 – Holanda 8 a 11 outubro 2017

História natural da infecção anal por HPV e NIA em mulheres jovens

A.B. Moscicki
University of California, Los Angeles (United States of America)

Objetivos
Embora os canceres de anus em mulheres sejam raros quando comparados com os de colo de útero, a infecção anal por HPV é muito comum. A incidência cumulativa de HPV anal em mulheres jovens alcança 70% em um período de 3 anos. Não se conhece a verdadeira prevalência da infecçào anal por HP, uma vez que as amostras sempre estão contaminadas pela passagem pela região perianal. Os hábitos de higiena (limpeza frente para trás) podem resultar em contaminação ou fonte de infecção.

Métodos
Revisão de literatura

Resultados
A maioria das infecções anais por HPV, clareiam dentro de 3 anos, semelhante ao que acontece no colo uterino. O HPV 16 clareia mais lentamente que os outros tipos oncogênicos, o que pode explicar o seu papel preponderante nos canceres anais. Os fatores associados com a persistência do HPV anal incluem a infecção concomitante por HPV do colo uterino, uso de álcool, tabagismo, sexo anal por dedos, sexo anal recente não uso de preservativos durante o coito anal ou vaginal.

As reinfecções anais por HPV são extremamente comuns. Em um estudo, apenas um terço das mulheres estavam livres de HPV após 3 anos de observação. Essas infecções não são todas benignas. Embora os dados sejam limitados para a população saudável, a citologia anormal anal ocorre em aproximadamente 4-6% das mulheres saudáveis. A maioria das lesões detectadas é benigna (LSIL). As lesões de alto grau anais (anal HSIL) confirmadas por histologia não chegam a 1%. Os fatores de risco para as lesões anais (anal SIL) são similares aos do colo uterino e incluem numero de parceiros sexuais, sexo anal, tabagismo, história de citologia cervical anormal e infecção por HPV anal.

Nas mulheres saudáveis, a história natural dessas lesõe é completamente desconhecida. Nos homossexuais, a progressão dessas lesões é estimada em 3% ao ano. Entretanto, não é possível estabelecer que a progressão seja semelhante nas mulheres que não praticam sexo anal.

Conclusão
Embora o cancer anal ocorre com mais frequencia nas mulheres imunossuprimidas, (HIV, transplantadas e doenças autoimunes), grande parte de canceres anais ocorre em mulheres imunocompetentes. Não existe recomendações para rastrear cancer de anus na população saudável. O rastreamento só é recomendado quando estiverem presentes sintomas de câncer anal.