Havia uma mãe que amava muito seu filho, e vivia repetindo para todos que conhecia a mesma frase:
– Meu filho é a minha razão de viver. Eu o amo muito.
Certo dia, ela procurou um monge, pois desejava se tornar uma pessoa melhor. O monge então perguntou a ela qual era o significado de sua vida. A mulher tinha a resposta na ponta da língua e, como sempre, disse:
– O sentido de minha vida é o meu filho. Por ele luto, acordo todas as manhãs e sou o que sou.
O monge, ouvindo a resposta, indagou a moça:
– Me diga uma coisa. E se por acaso seu filho morrer, qual será o sentido de sua vida?
A mulher ficou muda. Ainda não havia pensado nisso. Era tão assustadora a ideia de perder seu filho que ela sequer cogitava tal hipótese. O monge prosseguiu:
– Se você faz de algo ou de alguém a sua razão de viver, o sentido ou significado de sua vida, no caso de você perder isto, você perde todo o sentido de sua existência, sua razão de viver. Ninguém pode fazer do outro seu motivo de vida, pois caso isso nos seja tirado, nossa vida perde o sentido, e tudo a nossa volta segue em ruínas, num profundo vazio existencial. Você mesma deve ser o seu sustentáculo, e não algo ou alguém externo a ti, por mais importante que isso seja. Não viva em função de alguém; viva apenas com eles, aproveitando sua presença. O sentido da vida é a própria vida. Viva pela própria vida, e não por outros.
Autor: Hugo Lapa