Associação Brasileira de Patologia do Trato Genital Inferior e Colposcopia
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Rastreamento de câncer do colo do útero em imunossuprimidas

Dados científicos comprovam uma importante relação entre a imunossupressão e o risco aumentado de detecção do HPV e principalmente do desenvolvimento de lesões HPV induzidas

Os principais exemplos que constituem o grupo de mulheres imunossuprimidas:

  • infectadas pelo HIV
  • transplante de órgãos sólidos e de medula ossea
  • Em uso de terapia imunossupressora de longo prazo
  • Em tratamento oncológico (quimio ou radioterapia)
  • Lúpus eritematoso sistêmico
  • Doença inflamatória intestinal (colite ulcerativa)
  • Doença reumatológica (artrite reumatóide) com tratamentos imunossupressores
  • Presumida supressão do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal (HPA) devido ao uso prolongado ou em altas doses de glicocorticóides.
  • Doenças crônicas – Diabetes
  • Imunossenescência???

Recomendações das Diretrizes Brasileiras para o Rastreamento do Câncer do Colo do Útero: Parte I – Rastreamento organizado utilizando testes moleculares para detecção de DNA-HPV oncogênico: aprovado em 29/07/25

A imunodepressão é uma diminuição da resposta imune ocasionada por doenças, como síndrome da imunodeficiência adquirida (acquired immunodeficiency syndrome – aids), doença renal crônica e câncer. Imunossupressão é uma diminuição da resposta imune devido ao uso de medicamentos, como corticoides e imunoterápicos, usados no tratamento de doenças autoimunes e transplantes de órgãos ou medula óssea.

  • iniciar o rastreamento com testes de DNA-HPV oncogênico após o início da atividade sexual.
  • Não é recomendado encerrar o rastreamento com testes de DNA-HPV oncogênico para mulheres vivendo com HIV/aids e em outras situações de imunodepressão ou imunossupressão.
  • após resultado de teste de DNA-HPV oncogênico negativo, intervalo de rastreamento de 3 anos para mulheres vivendo com HIV/aids e em outras situações de imunodepressão ou imunossupressão
  • após resultado de teste de DNA-HPV oncogênico positivo (qualquer tipo detectado), encaminhamento para colposcopia independente do resultado da citologia reflexa

Referências

  1. Diretrizes Brasileiras para o Rastreamento do Câncer do Colo do Útero: Parte I – Rastreamento organizado utilizando testes moleculares para detecção de DNA-HPV oncogênico
  2. Keller, MJ et al. Cervical Precancer Risk in HIV-Infected Women Who Test Positive for Oncogenic Human Papillomavirus Despite a Normal Pap Test. HIV/AIDS • CID 2015:61 (15 November)
  3. Hewavisenti R V. et al. Human papillomavirus in the setting of immunodeficiency: Pathogenesis and the emergence of next-generation therapies to reduce the high associated cancer risk. Immunol., 06 March 2023.Volume 14 – 2023.  https://doi.org/10.3389/fimmu.2023.1112513

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Dra. Lenira Maria Queiroz Mauad é Mestre em Ginecologia pela UNESP Botucatu.
Coordenadora do Programa de Prevenção do Câncer Ginecológico e do Ambulatório de Ginecologia Preventiva do Hospital Amaral Carvalho Jau, SP. Professora de Ginecologia da UNOESTE Jau.