Ana Katherine da Silveira Gonçalves
Orientador: Prof. Dr. Paulo César Giraldo
GONÇALVES, AKS. Estudo quantitativo dos níveis de IgA secretória salivar em mulheres com infecção pelo papilomavírus humano. Campinas, 2003. Tese (doutorado) – Faculdade de Ciências Médicas, Universidade Estadual de Campinas.
A imunoglobulina A secretória é um importante fator de proteção da superfície das mucosas. Objetivo: verificar a presença do DNA-HPV na cavidade oral de pacientes portadoras de HPV genital, quantificar os níveis de IgA secretória na saliva de mulheres portadoras do vírus e correlacionar com a prática do sexo oral e tabagismo. Pacientes e Métodos: Um total de 220 mulheres (103 com HPV genital e 117 sem esta infecção) que foram atendidas nos ambulatórios do Centro de Atendimento Integral à Saúde da Mulher (UNICAMP) coletou saliva para a quantificação da IgAs por técnica de nefelometria. A pesquisa do DNA-HPV por PCR foi feita em 140 (70 com HPV genital e 70 sem esta doença) das 220 mulheres ingressadas no estudo. Após anamnese detalhada foram realizados os exames: ginecológico, citológico e colposcólpico que identificaram ou não a presença do HPV na região genital. O diagnóstico definitivo do HPV genital foi realizado por exame histológico. Análise estatística utilizada foi bivariada e multivariada. Resultados: A prevalência do HPV na cavidade oral de mulheres com HPV genital foi significativamente maior que nos controles (37,1% vs 4,3% P < 0.0001). A análise bivariada identificou que as presenças de HPV oral, prática de sexo oral e tabagismo determinaram níveis de IgA secretória salivar significativamente baixos. Após analise multivariada de regressão, apenas a presença do DNA-HPV na cavidade oral e o HPV genital foram relacionados à presença de níveis baixos da IgAs. Da mesma forma, o risco de ter o HPV oral foi dependente dos baixos níveis de IgAs e da presença do HPV na região genital. Conclusão: A prevalência do HPV foi significativamente maior na cavidade oral das pacientes portadoras do HPV genital do que nas não portadoras e os níveis salivares de IgA secretória total foram, significativamente inferiores nas pacientes portadoras da infecção pelo HPV na cavidade oral e/ou nos genitais. As práticas de sexo oral e o tabagismo não estiveram relacionados à presença do HPV oral e não influenciaram nos níveis salivares de IgA secretória total.